O cientista político Francisco Ferraz afirma que o homem público pode ser conhecido apenas por sua imagem. Trata-se de um termo que pertence simultaneamente ao campo da publicidade, da psicologia e da política. Assim, ao assumir uma carreira política, é preciso aceitar adquirir uma imagem pública, que terá que ser administrada.
Uma boa administração da imagem pública é de maior relevância para o sucesso político. Já a má administração de uma imagem pública pode trazer danos graves para os atores políticos e dar origem a uma caricatura. Uma imagem pública é o resultado do que o ator político diz de si mesmo, mais o que seus adversários dizem dele e o que a mídia mostra dele.
Por se tratar de uma construção simbólica, envolve vários aspectos. Como lembra o professor Wilson Gomes, a construção de uma imagem pública passa por diversos fatores: coerência visual (identidade), visibilidade positiva, ações de reforço positivo, coerência cognitiva, aproveitamento do potencial de mídia e atuação interligada com a realidade social. Ou seja, o ator político que quer construir uma boa imagem pública precisa não só ser, mas também parecer: honesto, ético, competente, comprometido com seus eleitores e responsável politicamente.
E não somente isso. Essa imagem também precisa ser coerente com a expectativa do eleitor, para não provocar um hiato entre o esperado e o percebido. Por isso, a construção de uma imagem pública é sempre uma disputa entre o perfil demandado e as expectativas percebidas. Entre a imagem oferecida e os atos, ações e discursos, conforme tais expectativas. Não se pode esquecer aqui também os cuidados necessários com a emoção e a reputação. Já escândalos e crises devem ser evitadas a todo custo.
Enfim, a construção de uma imagem pública é fruto de um bom planejamento, de mandato e de comunicação, mas também de uma boa gestão. de ambos.
