05 May
05May

     Desde a eleição de 2016, em que o pleito já ocorreu sobre uma nova Legislação Eleitoral que reduziu o tempo de campanha de 90 para 45 dias e o tempo de mídia, de dois blocos de inserção diária, de 30 minutos para dois blocos de apenas 10 minutos, que a campanha eleitoral precisa ser iniciada com uma antecedência. O ideal é dois anos ou, no mínimo, seis meses antes do dia de votação. 

     Portanto, a campanha deve ser iniciada na pré-campanha, quando ainda não se pode declarar a candidatura, nem o número do candidato e muito menos pedir votos. Burlar essas regras é pedir para ser processado por crime eleitoral. O que se deve fazer com muita antecedência é tornar-se conhecido e fazer o público eleitor o ver como uma referência em temáticas que lhe são caros. 

     Não importa muito a metodologia usada, mas uma campanha eleitoral deve ser dividida em fases, para que possa ser mais bem administrada. E Há os que a dividem em pré-pré-campanha, pré-campanha e campanha. Outros trabalham apenas com pré-campanha e campanha; com ou sem acréscimo do pós-campanha. 

     Na pré-campanha, deve-se, inicialmente, fazer o diagnóstico e o planejamento da campanha eleitoral. Aqui também se detecta os prováveis pontos de crise e de ataque contra o candidato e se desenvolve e dissemina as "vacinas" que possam matar ou diminuir a dissonância cognitiva. Em seguida iniciar a campanha digital, evitando falar de candidatura, pedir voto ou dizer o número de candidato. 

A campanha em si, já não pode mais seguir os padrões tradicionais. Não dá mais para se aplicar, em 45 dias, o modelo: 1) Lançamento para apresentar o candidato e o fazer conhecido do eleitorado, 2) Desenvolvimento para contrastadas as propostas do candidato com as de seus adversários, para demostrar a superioridade da primeira., e 3) Reta Final, para o candidato concentra todos os esforços em mostrar volume de campanha e para pedir voto, revisitando os locais e públicos-alvo que trabalhou desde o começo. 

     Agora, o tempo de propaganda eleitoral é todo Reta Final. Nele deve-se colher o que foi plantado. Não adianta mais tentar plantar. O eleitor médio, pouco interessado em político, só vai assistir os primeiros dias de campanha eleitoral e os últimos e só vai decidir em quem votar a poucos dias e até mesmo no dia da eleição. Assim, o maior preditor de voto é o conhecimento retrospectivo. Ele tende a votar em quem já conhece e votou. Os desafiantes ficam muito prejudicados, se tentarem se fazer conhecer e tornar conhecidas suas propostas a menos de um mês das eleições. Isso vale para cargos majoritários e proporcionais.

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