27 Apr
27Apr

    É muito comum anos eleitorais uma chuva de pesquisas divulgando resultados contraditório e, às vezes, até inversos de intenção de votos do candidatos a cargos majoritários. Em quem acreditar, neste caso? A maioria dos eleitores tendem a dar atenção apenas para aquelas pesquisas que colocam o candidato de sua preferência na frente. Os candidatos fazem o mesmo: divulgam as  pesquisas que lhes dão vantagem e debocham das que mostram que seu desempenho não anda tão bem. Fazem isso, ao menos publicamente, mesmo que internamente demostrem preocupação.

   É importante ressaltar que esse não é o melhor caminho para o eleitor que busca nas pesquisas uma fonte de informação e não de reforço de paixões políticas. Neste caso, o melhor caminho e buscar formar de checar a informação. A primeiras delas é verificar a experiência anterior do instituto que está divulgando a pesquisa, pois muitos deles são tabajara e aparecem apenas para vender resultados.

  Um dado recente divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (ABEP) pode demostrar como é complicado o uso de dados secundários de pesquisas eleitorais: segundo a associação, em 2020, 700 empresas de pesquisas solicitaram registro na Justiça Eleitoral para a realização de pesquisa de intenção de voto. A grande maioria delas eram registradas com outras atividades que nada tinham a ver como pesquisa. Leia-se farmácia, padaria etc. A ABEP tem cerca 170 empresas de pesquisas registradas, sendo que apenas a metades delas fazem todos os tipos de pesquisa. 

    Um segundo passo para quem quer checar os resultados das pesquisas e tentar fazer uma leitura atenta dos resultados. Aí deve-se verificar questões como margem de erro, desvio padrão, tamanho e abrangência da amostra. 

    Feito isso, o próximo passo e analisar questões que podem ajudar a verificar tendências, como saber os resultados apresentado nas duas rodas de pesquisa anterior do mesmo instituto, ver a diferença entre os resultados espontâneos (cristalizado) e estimulador (potencial), verificar o nível de rejeição dos candidatos e de aprovação dos governos.

    Por fim, é importante saber que a margem de erro das pesquisas muito antes das eleições tendem a ser o dobro do realmente divulgado. Isso ocorre não por erro metodológico, mas por baixo envolvimento dos eleitores (procrastinação), que faz com que eles realmente comecem a pensar em política apenas durante o período de propaganda eleitoral).

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