As eleições de outubro de 2024 já estão bem próximas e muitos pretensos candidatos ainda não começaram suas pré-campanhas. Já saem atrás. Muitos sequer fizeram um planejamento de campanhas ou sabem o que realmente importa para o eleitor na hora de decidir seu voto.
Então, vamos tentar aqui fazer um retrospecto das eleições municipais majoritárias no Brasil. A literatura mostra que para cada eleição existe uma lógica. Normalmente, nas eleições normais, o capital político, as alianças partidárias, o tempo de propaganda eleitoral (HGPE) e os recursos financeiros contam muito. Nas eleições ditas críticas, em que há uma crise econômica, alta polarização e uma terceira força política em ascensão, as regras costumam mudar.
De qualquer forma, podemos olhar para as últimas eleições municipais e ver que em 2008, o horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) na TV e no rádio foi decisivo. Em 2012, já com a nova legislação que reduziu o tempo de campanha e dos blocos de propaganda na mídia para a metade ou pouco mais, prevaleceu a imagem do candidato. Em 2016, uma eleição crítica, o que mais contou foi o perfil antissistema, ganhando força o candidato outsider. Já em 2020, em plena pandemia do Covid-19, o que valeu foi o papel do administrador público. O eleitor reelegeu a maioria dos prefeitos que souberam cuidar da cidade e da população naquele momento crítico.
E em 2024, como o eleitor vai decidir o seu voto. Só saberemos realmente depois dos votos apurados. As pesquisas apontam que três questões serão importantes: a reeleição para os bons administradores deve repetir 2020, a questão da violência, que já atinge até as cidades médias; e a polarização Lula x Bolsonaro. Mas o que é mais importante, vai estar em cada município: as questões locais próprias, que são as que terão sempre mais peso em um pleito nas cidades.