18 Jan
18Jan

    É bem verdade que, em 2016 e 2018, as regras do marketing eleitoral não puderam ajudar muito a maioria dos candidatos. Foram eleições críticas, definidas pela literatura como anormais e fora da curva. Em ambos os pleitos prevaleceu um cenário de grave crise econômica, forte polarização ideológica e a emergência de uma terceira força pouco comum no modelo de oligarquias competitivas. Assim, foi a vez dos outsiders.

    Já em 2020, as coisas começaram a voltar ao normal, com pouco espaço para os  desafiantes com discurso antipolítica. O tema central deixou de ser questões como segurança pública e anticorrupção e voltou a ser a saúde. O que nós faz pensar que deve continuar assim em 2022. Ao que tudo indica, no pleito desse ano, a questão central será a economia.

    Caso essa hipótese se confirme, valerá a pena lembrar alguma regras básicas dos pleitos no Brasil. Podemos começar pela três leis básicas do processo eleitoral, desenvolvida pelo Cid Pacheco: Indiferença, Procrastinação e Efemeridade. A primeira diz que a grande maioria dos eleitores é indiferente à política e não se interessa muito pelas questões relacionadas a ela até o período de campanha eleitoral. Assim, boa parte das pesquisas de intenção de voto são respondidas sem grande reflexão dos eleitores. Alguns autores, inclusive, sugerem dobrar a margem de erros das pesquisas um ano antes do pleito.

    A segunda lei diz que as eleições se decidem na reta final. Para Cid Pacheco, reta final eram nos últimos 30 a 60 dias antes do pleito. Hoje isso deve ser mudado, tendo em vista que a campanha eleitoral ficou resumida a 45 dias. Ou seja, a campanha é para colher o que plantou. Quem não plantou, não tem muito o que fazer nestes 45 dias.

     A terceira lei, fala da inconstância e da infidelidade do eleitor. Isso serve, por exemplo, para o atual presidente, que amarga mais de 60% de rejeição e tem o seu pequeno eleitorado dividido com o candidato Moro. Já para Lula, deve pensar em um outro conceito, de  Dows, renda de utilidade: o benefício conseguido pelo eleitor durante o mandato do ator político.

    Existem inúmeras outras questões do marketing político a serem pensadas, como, por exemplo, a cabeça do eleitor e as leituras a serem feitas do cenário, rejeição e aprovação dos candidatos. Mas isso é outro papo, que levaremos em uma nova publicação.

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