05 Jun
05Jun

     Uma eleição tem sempre o que nos ensinar em termos estratégicos, mesmo que seja possível dizer que cada pleito tem suas demandas próprias. O ideal mesmo é analisar os pleitos em uma série temporal que envolva ao menos três eleições anteriores. 

     Em relação a 2020 podemos dizer que foi uma eleição sui generis, por ter sido a primeira realizada em um momento de pandemia. Também foi um pleito que trouxe de volta os padrões eleitorais brasileiros, que tinham mudado em 2016, quando menos de 50% dos prefeitos foram reeleitos. 

     Um percentual de 62,9% dos prefeitos foi reeleito em 2020. Ao mesmo tempo, ponto de vista do espectro ideológico, o modismo dos outsiders foi bastante reduzido. A maioria dos prefeitos eleitos em 2020 pode ser classificada como ‘político profissional de partido da direita tradicional’. PP (681), PSD (650), DEM (459) e PL (343) foram os partidos que mais cresceram na eleição de prefeitos; embora o MDB ainda tenha sido o partido que mais elegeu prefeitos (775) e o PSDB tenha sido o terceiro em número de eleitos (512).

     Mas também houve avanços. Essas eleições permitiram melhorar a representatividade das minorias, geralmente subrepresentadas politicamente no Brasil. Negros e índios chegaram a 44% de representação no país todo, estando presentes em diversas Câmaras Municipais do Brasil; e os coletivos trans conquistaram cadeiras em capitais importantes como São Paulo, Belo Horizonte e Salvador.

     

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