Antes de avaliarmos o impacto negativo do escândalo, é preciso definir o escândalo político. O sociólogo inglês, John B. Thompson, define escândalo como ações ou acontecimentos que implicam certos tipos de transgressões que se tornam conhecidos de outros e que são suficientemente sérios para provocar uma resposta pública.
Ou seja, escândalo é algo que choca a opinião pública e traz uma visibilidade negativa para o ator político. Segundo o mesmo autor inglês, existem basicamente três tipos de escândalos: o que diz respeito ao campo econômico (corrupção, desvio de dinheiro, propina etc.), o escândalo sexual (que envolve questões referente à vida íntima, casos extraconjugais etc.) e o de explosão (acesso de raiva, agressões etc.).
Todos eles provocam rachaduras e arranhões na imagem público dos atores políticos. Com efeito que podem ser temporários ou duradouros. O peso do impacto negativo é tão maior quanto mais desvendar os pilares em que se sustenta o capital político do ator político ou chocar os valores morais da opinião pública.
Em um processo eleitoral, os escândalos são inevitáveis de de difícil recuperação. O caso Lurian, da filha desconhecida do então candidato Lula na Campa presidencial ocorrida há mais de 20 anos e que ajudou na vitória do então candidato Fernando Collor. Ou a forma pouco respeitosa com que o então candidato Ciro Gomes se referiu à atriz Patrícia Pilar, na época sua companheira, o tirando do uma tendência de crescimento nas pesquisas eleitorais, comprovam a hipótese que tentamos defender até agora.
Qual o impacto da prisão do pastor e ex-ministro da Educação do presidente Bolsonaro na campanha eleitoral desse ano? Ainda é cedo para dizer, mas, certamente, trará graves prejuízos a uma campanha de reeleição já bastante difícil. Quanto mais colar a ideia de que a corrupção não acabou, mas está sendo apenas feito de forma diferente, maior será o prejuízo. As próximas pesquisas vão mostrar o impacto imediato, mas só o pleito dirá o tamanho do rombo causado.
