Um erro muito comum no campo político é a intepretação dos resultados das pesquisas eleitorais. Os tipos mais comuns de comportamento equivocado são: desqualificar as pesquisas quando não se está na frente nos resultados (comum entre os candidatos), analisar as pesquisas apenas como uma corrida de cavalos (comum entre os jornalistas políticos) ou acreditar que as pesquisas podem servir como prognóstico de resultados eleitorais (comum entre os profissionais de marketing político).
Os dois primeiros tipos de erros ocorrem por estratégia política e desconhecimentos estatístico, mas o que nós interessa detalhar aqui é o terceiro. Eliminando o uso político desse recurso, na maioria das vezes, quanto praticado pelo cidadão comum, ele geralmente acontece por que não se compreende que as pesquisas medem intenção e não ação. Assim, entre a intenção declarada numa pesquisa eleitoral e o que acontece no dia da eleição depende de uma série de acontecimentos; imprevisíveis nos surveys.
Se as pesquisas eleitorais não servem para indicar quem vai ganhar o pleito, então para que elas servem. Na maioria das vezes, elas servem como mais uma fonte de informação para os eleitores, para medir o momento político eleitoral e também como fator de avaliação das estratégias e acontecimentos políticos das campanhas eleitorais.
Portanto, para quem deseja conhecer o cenário eleitoral, as pesquisas devem ser trabalhadas como agregados de séries temporais. Assim, é possível verificar as tendências de crescimento e queda; bem como do aumento ou diminuição das rejeições e avaliações de governo. Também é possível com esse agregado verificar a viabilidade ou inviabilidade de uma candidatura e os principais concorrentes em um pleito. Informações relevantes e estratégicas, mas que não servem como bola de cristal para dizer que será o vendedor no dia da eleição.