A pergunta costumava ser facilmente respondida no tempo em que as campanhas eleitorais eram financiadas com recursos do setor privado: ontem. Ou seja, valia a máxima de que “em uma campanha eleitoral pode-se comprar tudo, menos o tempo”.
Já não é mais assim, mas de, qualquer forma, o tempo ainda continua sendo um determinante importante no jogo eleitoral. Isso porque quem deixa para a última hora, sempre acaba pagando mais caro e tendo mais dificuldade de conseguir escolher as melhores ofertas do mercado (os profissionais, as empresas, os equipamentos e as oportunidades).
Aqui também pesa o fato de que as campanhas eleitorais, caso não sejam modificadas na reforma eleitoral em votação no Senado Federal, continuarão com o tempo de campanha e de propaganda reduzido à metade do que era há bem pouco tempo. São apenas 45 dias de campanha e cerca de 30 dias de Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE).
O que torna muito pouco tempo para que os candidatos consigam se fazer conhecidos, apresentar suas propostas, as comparar com as de seus adversários e mostram que são as melhores. E acaba privilegiando quem já tem capital político acumulado ou quem começa a trabalhar de forma organizada e planejada em uma pré-campanha.
A escolha de sair na frente, no entanto, também tem seus riscos. O principal deles é que, com o financiamento público de campanha, o candidato não pode gastar mais do que 10% do valor total com recursos pessoais. E não somente isso, mas a possibilidade do candidato ser acusado também de abuso econômico e de fazer campanha eleitoral antecipada.
O que fazer, então? A recomendação é que se comece realizando o que é possível: pesquisas, um bom planejamento, a formação de equipes e um trabalho consistente nas rede sociais online, mas sem dizer que é candidato ou pedir voto.