A literatura costuma classificar o voto útil (ou tático) em quatro tipos: ideológico, de exclusão, estratégico e de cabresto. A lógica aqui é sempre o eleitor tem o objetivo de maximizar a utilidade do seu voto.
O voto ideológico, geralmente, é praticado por eleitores cristalizados, que tem preferência partidária e/ou ideológica e vota no candidato indicado por seu partido. O voto de exclusão seria aquele em que o eleitor deixa de votar no seu candidato preferido, que tem poucas chances de vitória, para votar em um segundo nome mais viável com o objetivo de impedir a vitória de um outro candidato ao qual tem alta rejeição.
O voto estratégico segue a mesma lógica, mas pode envolver também a vontade do eleitor evitar uma segundo turno apenas. Por último, o voto de cabresto, que já foi mais forte na república dos coronéis e com o voto impresso, é aquele em que o eleitor vende seu voto ou paga um favor recebido com ele.
Em 2022, o candidato do PT, Lula, pode ser o grande beneficiado por esse tipo de voto, principalmente o estratégico, porque alguns partidos que lançaram candidatos podem acabar "cristianizando" seu nomes para votar em Lula e encerrar as eleições logo no primeiro turno: PDT e MBD, por exemplo. Isso pode acontecer não apenas por parte dos partidos e seus filiados, mas mesmo pelo eleitor não politizado. Se, realmente, vai acontecer, só vamos saber depois do dia 2 de outubro.